Vou-te contar
Vem, vou-te contar,Por dentro dos meus sonhos,Como que uma aurora,Chegou de longe e veio p’ra me ver.Que envergonhada eu fui e agora,.Vem, vou-te contar,Atravessou os meus versos, fez-se luz,Beijou-me as mãos,Deixou-me o seu perfume,Negro lume a entrançarBem devagarAs linhas leves da minh’ alma,Folhas da minh’ alma,Versos só de calmaE fez lugar do que era meuE rescreveu, qual mão de Deus,As pedras que eram dor no meu caminhoE eu cega de paixão e de desejo,Dei-lhe um beijo sem querer..Parou o tempo aqui na minha bocaE, meu amor, que aconteceuQue tudo o que foi nossoà frase rouca de um adeus em ti morreu?Então olha os meus olhosE hoje vem, vou-te contar.