A sós com a noite
A luz que se arredondaAlongando uma sombra sozinhaA saudade a baterUma dor que ao doer é só minha
Um desvio inquietoUm olhar indiscreto na esquinaUm rapaz de blusãoArrastando pela mão a menina
Passa um velho a pedirIncapaz de sorrir pelos passeiosUm travesti que querAssumir-se mulher sem receios
O alarme de um carroUm cigarro apagado indulgenteUm cheiro inusitadoO semáforo fechado para a gente
Sobe o fado de tomE o fadista que é bom improvisaEstão em saldos sapatosDesce o preço dos fatos de cor lisa
Um eléctrico cheioUma voz de permeio vai choverBate forte a saudadeComo é grande vontade de te ver