Lisboa À Noite
Lisboa adormeceu, já se acenderamMil velas, nos altares das colinasGuitarras pouco a pouco emudeceramCerraram-se as janelas pequeninas
Lisboa dorme um sono repousadoNos braços voluptuosos do seu TejoCobriu-a a colcha azul do céu estreladoE a brisa veio a medo, dar-lhe um beijo
Lisboa...Andou de lado em ladoFoi ver uma toiradaDepois bailou, bebeuLisboa...Ouviu cantar o fadoRompia a madrugadaQuando ela adormeceu
Lisboa não parou a noite inteiraBoémia, estava nada, mas bairristaFoi à sardinha assada lá na feiraE à segunda sessão duma revista
Dali, p'ro Bairro Alto, enfim galgouNo céu, a lua cheia refulgiaOuviu cantar Amalia, e então sonhouQue era a saudade aquela voz que ouvia