António Zambujo "Futuros Amantes" testo

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Futuros Amantes

Não se afobe, nãoQue nada é pra jáO amor não tem pressaEle pode esperar em silêncioNum fundo de armárioNa posta-restanteMilênios, milêniosNo ar

E quem sabe, entãoO Rio seráAlguma cidade submersaOs escafandristas virãoExplorar sua casaSeu quarto, suas coisasSua alma, desvãos

Sábios em vãoTentarão decifrarO eco de antigas palavrasFragmentos de cartas, poemasMentiras, retratosVestígios de estranha civilização

Não se afobe, nãoQue nada é pra jáAmores serão sempre amáveisFuturos amantes, quiçáSe amarão sem saberCom o amor que eu um diaDeixei pra você

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