Audácia
dá-me um pedacinho mais de corageme põe nos meus gestos audáciadiz que sou capaz de ser e fazer melhorque eu não acreditoque isto seja tudoe que fique mudo este meu pensar.
tira-me este frágil confortoque me traz em paz simuladanada é intocável na vidaque eu prefiro o cruel da verdadeque andar à toa e doer bem maisdescobrir a vida tarde demais
já lá vai o fado escurojá lá vai o medo em murojá lá vai não querer dizer o que aí vemjá lá vai não querer saber pra onde vaijá lá vai o não querer verque é sem segredoque damos cabo do medo.
sou um pé de vento contidoprocurando a rosa dos ventosque todos trazemos na almaeu não sei caminhar sem um nortequero o como, por onde o porquê tambémeu não vivo só entregue à minha sorte.
levanto a poeira das estradasnuma inquietante ansiedadede quem tem a sede do mundoe a explosão que acompanha a partidafaz-me crer que lá vai a tristezafaz-me ter certeza que a noite está vencida