E viemos nascidos do mar
E muito se espantam da nossa brancura entretanto,E muito pasmavam de olhar olhos claros assim,Palpavam as mãos e os braços e outras partes, portanto,Esfregavam de cuspo minha pele para ver se era enfim,Uma tinta ou se era de estampa uma carne tão branca,Vendo assim que era branco o meu corpo e a brancura de então,Extasiam e muito se pasmam de tudo em admiração;
E eram os brancos da sombra nascidos do mar pelas naus,Guiados pelos ventos do céu e pelo voo das aves;
Eles escondem as suas vergonhas cobertas de estopas,E eram grandes e gordos e baços e enxutos, os pretos,Pelas ventosidades confundem traseiros e bocas,E tapam estes e estas cobram calafetos,E os mais pardos lá vão quase nús, vão ao léu,gabirus,E de tetas até à cintura há mulheres crepitantes,Tão desnudas meneiam na dança o seu corpo dançante;
E eram os brancos da sombra nascidos do mar pelas naus,Guiados pelos ventos do céu e pelo voo das aves;