Fado português
O fado nasceu um diaQuando o vento mal buliaE o céu, o mar prolongava.Na amurada dum veleiroNo peito dum marinheiroQue, estando triste, cantavaQue, estando triste, cantava
Ai que lindeza tamanhaMeu chão, meu monte, meu valeDe folhas, flores, frutas de oiro...Vê se vês terras de EspanhaAreias de PortugalOlhar ceguinho de choro
Na boca dum marinheiroDo frágil barco veleiroMorrendo a canção magoadaDiz o pungir dos desejosDo lábio a queimar de beijosQue beija o ar e mais nada
Mãe adeus, adeus MariaGuarda bem no teu sentidoQue aqui te faço uma jura...Que, ou te levo à sacristiaOu foi Deus que foi servidoDar-me no mar, sepultura
Ora eis que embora outro diaQuando o vento nem buliaE o céu o mar prolongavaÀ proa doutro veleiroVelava outro marinheiroQue, estando triste, cantavaQue, estando triste, cantava