Desdobro a madrugada
Desdobro a madrugada nos meus olhosAs mãos da minha voz despem guitarrasE o fado é flor sem tempo que desfolhoSilêncio que de mim se desamarra
Passeio devagar entre as palavarasRespiro-lhes a dor a solidãoE sinto que um sorriso lhes bastavaP'ra darem ao silêncio um coração
Pendentes do cansaço como frutosHá sonhos perfumados transparentesEnquanto trocam horam por minutosO fado é que lhes serve de semente
É fado esta saudade onde recolhoA vida que de mim se desamarraDesdobro a madrugada nos meus olhosAs mãos da minha voz despem guitarras