Fado das águas
Dentro do rio que correNo leito da minha vozHá uma saudade que morreDentro do rio que correEm lágrimas até à foz
Dentro do mar mais profundoReflectido em meu olharNão pára o pranto um segundoDentro do mar mais profundoNo meu rosto a desmaiar
Não pára o pranto um segundoDentro do mar mais profundoNo meu rosto a desmaiar
Dentro das águas nascentesDas fontes que a alma cantaNum crescendo de correntesDentro das águas nascentesCorrem mágoas p'la garganta
Dentro da chuva caídaComo franjas do meu fadoEu encharco a minha vidaDentro da chuva caídaMeu canto é d'águas lavado
Eu encharco a minha vidaDentro da chuva caídaComo franjas do meu fado