De Tanto Querer
Tenho pouco tempo para dar como é preciso... dizes tu, vejo euTenho pouca coisa p’ra dizer, que eu sou assim... mentes tu, oiço euTenho que inventar mais um atalho onde te percas até me encontraresAi de mim, que esta vida é um baralhoPor abrir e repartir, nem sequer sei o que valho
Sou simples triste fim.... ai de mim, ai de mim
Tenho pouca escolha nesta vida, nem sorte á minha medida... choras tuTenho falta até do que nem seiMas sinto falta do que nunca dei... o quê não seiTenho tanto medo por rasgar tanto enredoPor matar, antes que morra euTenho tanta pedra por mexer, que já me dói só por saber que tem de ser
Que tem de ser... que tem de serQue há-de ser... que eu vou ser
Sei que ainda é cedo p’ra negar um novo diaSentes tu, sentes bemÁ mercê da alma há pouca calma, mas há vida p’ra contarMuito além da dôr, há um lugarFeito á medida do querer feito p’ra consolarP’ra dizer que tudo o que há-de vir á medida do sentir que cada um tem
Foi simples triste fim ... o que um dia foi em mim
Tenho urgente a vida á minha frente, tenho pressa de ser gente, sabes tuNum impulso, alcanças nova garra, novo pulso que há em ti rasga o serTenho tanta sede e tanta fome pela dôr que me consomeÉ tempo de a esquecerTenho horizontes por abrir do infinito que há-de vir
Porque eu vou ser... quem sabe, souÉ só eu querer e de tanto quererEu sei que sou... eu sempre fui