Nenhuma Estrela Caíu
Janelas que me separamDo vento frio da tardeNum recanto de silêncioOnde os gestos do pensarSão as traves duma ponteQue não paro de lançarVenha a noite e o seu recadoSua negra naturezaTalvez a lua não falteOu venha a chuva de estrelasBasta que o sono desperteO sonho que deixa vê-lasAbro as janelas por fimE o frio vento se esqueceNenhuma estrela caiuNem a lua me ajudouMas a ruiva madrugadaPor trás da ponte aparece.
José Saramago