Fiz leilão de mim
Talvez de razão perdidaQuis fazer leilão da vidaDisse ao leiloeiroVenda ao desbaratoVenda o lote inteiroQue ando de mim fartoMeus versos que não são versosAtirei ao chão dispersosA ver se algum diaO mundo patetaPor analogiaDiz que sou poeta
Refrão:Fiz leilão de mimE fui por fim apregoadoMas de mau que souNinguém gritou arrematadoFiz leilão de mimTinhas razão minha almofadaCom lances a esmoProvei a mim mesmoQue não valho mais que nada
Também quis vender meu fadoMeu modo de ser erradoLeiloei ternuraChamaram-me loucoMostrei amarguraE o mundo fez poucoDepois leiloei carinhoE em praça fiquei sozinhoDiz-me a pouca sorteQue para castigoAté vir a morteVou ficar comigo.