Fado do Retorno II
Amor, é muito cedoE tarde uma palavraA noite uma lembrançaQue não escurece nada
Voltaste, já voltasteJá entras como sempreAbrandas os teus passosE páras no tapete
Então que uma luz ardaE assim o fogo aqueçaOs dedos bem unidosMovidos pela pressa
Amor, é muito cedoE tarde uma palavraA noite uma lembrançaQue não escurece nada
Voltaste, já volteiTambém cheia de pressaDe dar-te, na paredeO beijo que me peças
Então que a sombra agiteE assim a imagem façaOs rostos de nós doisTocados pela graça.
Amor, é muito cedoE tarde uma palavraA noite uma lembrançaQue não escurece nada
Amor, o que seráMais certo que o futuroSe nele é para habitarA escolha do mais puro
Já fuma o nosso fumoJá sobra a nossa mantaJá veio o nosso sonoFechar-nos a garganta
Então que os cílios olhemE assim a casa sejaA árvore do OutonoCoberta de cereja.